quarta-feira, 16 de junho de 2010

Eu volteiiiiiii.............

Juro que tentei manter esse blog atualizado. A verdade é que é muito fácil NÃO atualizar um blog de viagem quando se está viajando. Tanta coisa pra fazer, ver, etc, que ficar online é, tipo, a última coisa que você quer fazer. Mas como a minha memória está rateando - e preciso lembrar de alguns fatos bizarros - vou voltar a escrever. Não vai ser sobre comida o tempo inteiro, masssssssss espero que seja divertido pra mim, pra você, pra todo mundo. Vai Curíntia no ano do centenário!

domingo, 18 de abril de 2010

Zorra total

Malásia e Brasil se parecem muito em alguns aspectos - e não exatamente pelos melhores motivos. O trânsito é caótico e só não é pior porque as cidades são menores. As ruas são sujas nos centros históricos e limpas nos centros econômicos, onde tudo é meticulosamente bem cuidado. Tem motoboy a rodo. Tem muito taxista picareta, e muito vendedor idem. Fumar é liberado em praticamente qualquer lugar - inclusive bares e afins. Tem sempre alguém dando um jeitinho. O povo gosta muito de futebol, no caso o inglês, por causa da presença dos britânicos por aqui até meados do século 20. Por outro lado, o malaio é muito mais patriota que o brasileiro e tem muito orgulho do país o tempo inteiro - algo que a gente só vê no "Braziu" em dia de jogo da Copa. E a comida é boa, muito boa. A presença de chineses, indianos e portugueses com o tempo criou a culinária Nyonya, que não é tão apimentada e tem pratos sensacionais, como o Curry Laksa e o Frango Kapitam. Claro, sempre tem coisa esquisita, mas isso fica para logo mais.

Fine city

Uma coisa que esqueci de mencionar sobre Cingapura: a cidade é considerada uma das mais rígidas da região e, provavelmente, pode ser uma das mais linha-dura do mundo. O governo impõe multas para tudo, desde alimentar pombos e mascar chicletes até urinar no elevador (!). Traficantes são punidos com pena de morte e vândalos são tratados com chibatadas e cadeia. Quer queira quer não, isso ajuda a fazer da cidade-estado a mais segura da Ásia. Totalmente o oposto da Malásia, que parece com o Braziu, ziu, ziu... (veja o post acima).

terça-feira, 13 de abril de 2010

Meleca

Não, Melacca não é uma porcaria (mas o trocadilho é infame e prefiro fazer antes dos outros). Pelo contrário. Durante a época das grandes navegações, a cidade foi um dos portos comerciais mais disputados do Sudeste Asiático, sendo colonizada, sucessivamente, por portugueses, holandeses e britânicos, que usavam o porto local como rota no comércio de especiarias. Hoje, porém, Melacca é quase um vilarejo, de tão calma, e muito charmosa. O que vale a pena visitar está concentrado em três ruas estreitas que formam a Chinatown local, mais a Porta de Santiago (herança portuguesa) e a Praça Holandesa, com a igreja construída com tijolos vermelhos trazidos da Holanda pelos colonizadores.
Tantos gente passando por aqui acabou deixando influências na culinária local, que é chamada de Baba Nyonya e mistura técnicas chinesas e ingredientes malaios com os temperos trazidos, a princípio, pelos portugueses. Um dos exemplos é o sambal, molho de tomate extra-ardido, e o kari kapitan, um curry inventando pelos patrícios. O melhor, mesmo, são os preços: jantar em um restaurante "caro" sai por 30 ringits malaios, menos de 10 doletas.

Mi corazón...

Como bem reparou um inglês que viajou pela América Latina e encontrei em Melacca, sempre tem alguém sofrendo nas músicas latinas. Mas também tem bastante gente com o coração partido viajando pelo mundo: o italiano brigou com a namorada espanhola e foi viajar pelo Sudeste Asiático; a alemã quer reencontrar o ex-namorado quando voltar pra casa; o holandês tem uma namorada tailandesa, mas já tem passagem marcada pra voltar pra casa; a inglesa tem um namorado, mas não quer reencontrar com ele quando voltar; a australiana namora, mas tem saudade do ex que está morando na Europa. Já o meu, mandei pra criogenia...

domingo, 11 de abril de 2010

Crossing

Cruzar a fronteira entre Cingapura e a Malásia de ônibus não foi nada divertido. Primeiro, tem que descer com todas as malas e ser liberado pela imigração de Pingapura. O "ôns" anda mais uns 10 minutos e aí toca carregar toda as tranqueiras mais uma vez e passar pela imigração da Malásia. A vantagem de ser brasileiro é que todo mundo fala "Ronaldin Ho, Ronaldin Ho" e carimbam o passaporte, liberando a entrada. Vai Braziu, é nóis no tréta!!!

Crabs

Tirando o calor além do insuportável, Cingapura é uma lugar bastante aprazível. Boa comida, pessoas simpáticas, um punhado de coisas que realmente valem a pena ser vistas... e é isso. A cidade-estado não é exatamente famosa por suas contribuições ao mundo. Isso poderia ser diferente, claro, se alguém promovesse mais duas das especialidades cingapureanas: o black pepper crab e sua versão power, o chilli crab. Como você já deve imaginar, o primeiro prato é um caranguejo coberto por um molho de pimenta preta e shoyu que é mais saboroso do que apimentado. Já o segundo é um verdadeiro (e delicioso) veneno com o qual você continua conversando por horas.

É impossível comer qualquer das duas versões sem fazer uma lambança, porque para arrancar a carne do bichinho (que geralmente foi "desligado" minutos antes de ir para a panela) é preciso quebrar as patas com uma ferramenta que provavelmente foi usada para torturar pessoas e extrair confissões em um passado remoto. Mas poucas coisas são mais divertidas do que quebrar um caranguejão e tomar uma Tiger gelada pra lavar a pimenta consumida em quantidades industriais.